- Voxi! Traz a malta,
temos uma surpresa para o chefe…
Formis estava demasiado cansado para
lutar e o seu braço já tinha voltado ao normal. Mais valia entregar-se.
Depois de ser amarrado, Formis foi
levado para uma enorme sala, onde, no seu centro, se encontrava um enorme
trono, onde estava sentada uma enorme lagarta com uma espada ainda maior do seu
lado direito. Parecia um excelente espadachim e um adversário à altura de
qualquer um. A sua armadura era de uma azul simplesmente magnífico e estava
muito bem tratada. Formis achou que aquele era o rei dos estranhos seres, e que
seria extremamente difícil derrotá-lo, mesmo com o lança-chamas.
- Oh grande e poderoso Oli, trazemos
à tua humilde presença este estranho que encontrámos no local dos ovos. – disse
um guarda enquanto punha Formis diante do seu rei.
- Quem és tu forasteiro? – perguntou
Oli. A sua voz era ainda mais fria e assustadora que a dos seus guardas.
Formis engoliu em seco e contou a
sua história ao rei lagarta, tentando convencê-lo que só conseguiria a pedra
para a sua missão caso ele aceitasse a paz com os habitantes de Polaris.
- E porque haveria eu, um servo do
Mal, querer devolver a paz a Solarys?
- Servo do Mal? – perguntou Formis.
- Sim miúdo, a origem de toda a
escuridão, ou Mal, como gosta que lhe chamem, deu-me uma enorme fonte de
rendimento. Vendo-lhe os meus melhores soldados, para uma demanda parva pelas
pedras de que falaste. Não acredito em nada disso mas, para mim, é dinheiro
fácil.
Formis teve um arrepio ao ouvir
aquilo. Havia alguém, para além dele, atrás das pedras lendárias, ainda por
cima alguém mau e com recursos. Quantas pedras já teria o seu inimigo
conseguido? Quão grande seria o seu poder?
- Levem-no para a sala de detenção.
Aliás Voxi, como vão as coisas na sala das máquinas?
- Muito bem senhor, os motores não
têm sobreaquecido.
- Ótimo. – disse Oli, dando uma
gargalhada que arrepiou Formis.
A cela para a qual foi atirado era
escura e cheirava mal, mas a única coisa em que Formis pensava era em escapar
àquele sítio e destruí-lo entretanto. Já tinha elaborado muitos planos para
destruir a gruta, mas ainda não sabia como sair dali. Seria fácil derreter a
porta da cela com o lança-chamas, mas escapar do buraco era outra história. Um
barulho estranho desviou a sua atenção para a porta principal.
- A saída dos caçadores está pronta!
– gritou a lagarta que estava à porta.
Foi então que lagartas carregadas
com enormes arcos e aljavas cheias de setas saíram para o exterior da gruta.
Formis acabava de encontrar o seu bilhete de saída. Mas como iria ele passar
pelos guardas? Havia de arranjar uma maneira.
Anoiteceu e os guardas foram dormir.
Formis não perdeu mais tempo. Ativou o lança-chamas e derreteu as barras da
cela. Felizmente, os guardas que o vigiavam não deram por nada. Andando
silenciosamente pela gruta à procura de algo que ajudasse a sua fuga,
deparou-se com uma placa que dizia “Sala das Máquinas”.
- Deve ser aqui que estão os
motores, não me posso esquecer onde fica ou o meu plano não resulta.
Hei
Formis! Estou a sentir a presença de um dos meus irmãos, e está perto… é o
Electro Master!
O quê? Onde
está ele?
Só sei que
está perto. Temos de encontrá-lo!
Formis começou a deambular pelos
corredores junto à sala das máquinas, até que chegou a uma porta que dizia
“Oli”.
- Deve ser o quarto dele.
A
pedra está lá dentro, Formis! Consigo senti-la!
***
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