Época por excelência da solidariedade, o
Natal veste-se de cores, pontinhos de luz coloridos, tradições, doces e
mesas repletas de iguarias e gentes. De toda a panóplia de apetrechos, luzes e
adornos que caracteriza esta mimosa época festiva, destaca-se a figura
emblemática da árvore de Natal que, entre guirnaldas, bolas,
estrelas e outros afins, vem dar corpo a uma das mais populares tradições
associadas a esta época festiva. Pinheirinho verdadeiro ou árvore artificial,
chega-se a esta época e rara é a criança que, com um discurso lacrimejante e
cheio de argumentos, agarrada às calças do pai ou à saia da mãe, não pede o seu
exemplar. Pequenas, grandes, coloridas q.b.,
luminosas, simples, há para todos os gostos e feitios e tão famosa é a sua
existência que foi alvo de uma sátira do Ricardo Araújo na sua habitual “Mixórdia de Temáticas”.
Não querendo tirar o justo brilho de
famosas árvores de Natal como a de Trafalgar Square, em Londres, ou a
árvore flutuante do Rio de Janeiro, a luxuosa árvore de Tóquio (toda feita
de ouro), a gigantesca
árvore que marca a abertura do mercado de Natal em Estrasburgo ou ainda a
atualíssima árvore tecnológica lisboeta, o
Agrupamento João da Rosa, pelas mãos dos seus alunos e professores, imbuiu-se
do espírito natalício e concretizou uma original, ecológica e sugestiva árvore
de natal.
A árvore, paulatinamente construída,
contou com diferentes fases e artífices. A ideia saiu da coordenadora do
Departamento de Expressões, a professora Manuela Matias que desenhou e
esquematizou o croqui do projeto. Depois
foi o “mãos à obra “. O professor António
Lampreia, com os alunos da Educação Especial, iniciou a obra com a realização
da base, procedendo à sua soldadura, de forma a permitir a sustentação do
esqueleto da árvore. Posteriormente, a turma CEF Operador de Manutenção
Hoteleira (OMH), sob a coordenação e supervisão do professor Luís Cabrita,
procedeu à construção da estrutura metálica da peça. Este trabalho exigiu
concentração, dedicação e o desenvolvimento de competências técnicas da área
deste curso. Aqui ficam alguns comentários de teor técnico do professor Luís
Cabrita quando o inquiri sobre este trabalho. Respondendo à questão sobre as
diferentes fases deste projeto, começou por esclarecer que tudo começou na
base, no suporte da peça: Primeiramente
temos a base que é formada com tubos de cantoneira vindos da secundária, ou
seja, um material que foi totalmente recuperado.
Seguiu-se posteriormente a estrutura propriamente
dita da árvore. A esta fase, acrescentou, e depois de tudo preparado e soldado, seguir-se-á a fase da pintura.
Terminada a pintura da obra, com a
colaboração de professores do 2º ciclo, nas disciplinas de Educação Tecnológica
e E.V., os alunos irão trabalhar o tema da reciclagem e irão fazer trabalhos
alusivos ao Natal, ou seja, com pacotes de leite, garrafas de sumos e
águas, os alunos construirão objetos como estrelas,
bolas de natal, etc.
Quando questionado sobre as
competências ao nível técnico desenvolvidas pelos formandos OMH, o professor
enunciou atividades como serrar, soldar, pintar e destacou sobretudo as tarefas
que implicaram destreza no manuseamento de equipamentos. Abordou ainda algumas
atividades práticas como a medição,
traçagem de linhas perpendiculares, utilizando o riscador e esquadro metálico e
o serrote de ferro, explicando que, naquele momento, os alunos se
encontravam na fase da soldadura em arco
utilizando os eletrodos. Desta fase de construção da árvore (base e
estrutura), ficam as fotos para mais tarde recordar.
Depois de
construídas a base e a estrutura da árvore, pequenos e graúdos do 2º ciclo passaram à
fase do embelezamento. Os professores Manuela Matias, Paula Gomes, Elisabete
Mendonça e Paulo Rodrigues, com as suas turmas e ainda com os alunos integrados
no projeto “Aprender com a Diferença”, executaram, a partir de objetos
reciclados como pacotes de leite e de sumo, sobras de materiais de papel e
outros, vários adereços, como bolas, estrelas, laçarotes, sininhos, recuperando
e dando de novo vida a estes materiais.
E assim, em tempos economicamente complicados, aqui fica uma
simples lição de que, com o material que possuímos, podemos criar, dar asas à
imaginação e, com algum empenho, espírito de grupo e um belo sorriso no rosto,
podemos construir materiais bem bonitos e ecologicamente sustentáveis.
Pessoalmente gostei muito da árvore. Pela árvore em si e pelo saudável e
concertado contributo de muitas mãos, muitos olhares, muitos minutos passados
em volta de um projeto comum, enfim, pelo espírito natalício que, felizmente,
ainda vai sobrevivendo, com maior ou menor intensidade, no nosso interior. Que,
pelo menos, as crianças, vivam o Natal com a alegria que transparece das cores
do pinheirinho e que nós, professores, com estas iniciativas, não deixemos
apagar esta centelha de luz natalícia.
Festas
felizes!
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