Depois do sucesso alcançado com o Diário de Howard Carter, publicado neste jornal, o nosso brilhante escritor Miguel Francisco, agora no 9º ano, dá hoje a conhecer os dois primeiros capítulos da obra Formis, o Mestre dos Elementos. Trata-se de uma narrativa fantástica, repleta de aventura, magia, criaturas poderosas e muito mistério. Mantenham-se atentos e sigam as publicações.
Formis, O
Mestre dos Elementos
A cidade de Kyru fora em
tempos o maior império alguma vez visto em Solarys, terra Lumidios, um povo
conhecido pelas suas grandes obras e feitos. Um povo que se regia pela força
das suas crenças, sendo o seu maior tesouro todas as dezassete pedras
lendárias, cujo poder apenas poderia ser controlado pelo “Mestre dos
Elementos”, por quem todos aguardavam.
Os anos foram passando, sem que as pedras dessem sinal
de que o “Mestre dos Elementos” haveria chegado. Com receio de que as pedras
caíssem em mãos erradas, os Lumidios resolveram separá-las e escondê-las nos
recantos mais remotos de Solarys. Os guerreiros que as esconderam foram
obrigados a guardar o segredo da sua localização e os registos desse feito
foram destruídos ou escondidos, ninguém sabe realmente o que aconteceu.
“Que a jornada comece!”
- Formis, despacha-te, está
a chegar o momento! – disse-lhe a mãe.
- Estou a ir! –
respondeu o pequeno, enquanto caminhava para a sala onde o avô se preparava
para dar as prendas de natal.
- Aqui tens. – disse o
avô, entregando um embrulho a Formis. – Penso que saberás o que fazer com ela.
O pequeno abriu o
embrulho, ansioso e expectante, mas logo a sua alegria desapareceu, quando
reparou que o seu presente era uma pequena pedra laranja.
- O que é avô?
- Encontrei esta pedra
numa das minhas expedições em busca das pedras lendárias. Guardei-a porque a
considerei bonita, mas reparei que quando tu nasceste ela começou a brilhar e o
seu brilho tem crescido contigo.
- Pedra lendária? Elas
afinal existem?
- Sim… Estava a
guardá-la para a altura certa, pois eu não consigo suportar o seu poder, visto
que não sou o escolhido, mas talvez tu consigas.
Foi então que Formis
decidiu que iria atrás das pedras restantes, tal como o seu avô fizera. A sua
mãe, muito preocupada, lá aceitou a decisão do filho:
- Vai, mas volta rápido.
Com ou sem as malditas pedras, eu só quero que voltes são e salvo.
Formis estava radiante.
Fez os preparativos para partir no dia seguinte, pensando nas aventuras que
iria viver e nos lugares fantásticos que iria visitar. Mal dormiu.
Quando acabou o seu
pequeno-almoço reforçado, agarrou na mochila e despediu-se:
- Vou ter saudades
vossas…
- E eu tuas meu
pequenote! – disse a mãe a chorar, dando-lhe um abraço tão forte que quase lhe
tirou o fôlego.
- Toma isto netinho, é
um mapa de Solarys, vai ajudar-te. Lembra-te de confiar em ti e nas pedras.
Segue seguro, netinho, e voltarás em breve.
- Obrigado.
E foi então que partiu
em direção ao sol que nascia, olhando uma última vez para trás, antes de os
portões da cidade se fecharem, e seguiu em frente, confiando nas suas
capacidades e na pedra que levava consigo.
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